“O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é consequência direta da sua doutrina.”
“À ideia vaga da vida futura, acrescenta a revelação da existência do mundo invisível que nos rodeia e povoa o espaço,
e com isso precisa a crença, dá-lhe um corpo, uma consistência, uma realidade à ideia.”
“Define os laços que unem a alma ao corpo e levanta o véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da morte.”
“Pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por que está na Terra,
por que sofre temporariamente e vê por toda parte a justiça de Deus.”
“Sabe que a alma progride incessantemente, através de uma série de existências sucessivas,
até atingir o grau de perfeição que a aproxima de Deus.”
“Sabe que todas as almas, tendo um mesmo ponto de origem, são criadas iguais, com idêntica aptidão para progredir,
em virtude do seu livre-arbítrio.”
“Que todas são da mesma essência e que não há entre elas diferença, senão quanto ao progresso realizado.”
“Que todas têm o mesmo destino e alcançarão a mesma meta, mais ou menos rapidamente, pelo trabalho e boa vontade.”
“Sabe que não há criaturas deserdadas, nem mais favorecidas umas do que outras.”
“Que Deus a nenhuma criou privilegiada e dispensada do trabalho imposto às outras para progredirem.”
“Sabe que não há seres perpetuamente votados ao mal e ao sofrimento.”
“Que os que se designam pelo nome de demônios são Espíritos ainda atrasados e imperfeitos, que praticam o mal no espaço,
como o praticavam na Terra, mas que se adiantarão e aperfeiçoarão.”
“Sabe que os anjos ou Espíritos puros não são seres à parte na criação, mas Espíritos que chegaram à meta,
depois de terem percorrido a estrada do progresso.”
“Que, por essa forma, não há criações múltiplas, nem diferentes categorias entre os seres inteligentes, mas que toda a criação
deriva da grande lei de unidade que rege o Universo e que todos os seres gravitam para um fim comum que é a perfeição,
sem que uns sejam favorecidos à custa de outros, visto serem todos filhos das suas próprias obras.”
A Gênese – Allan Kardec