Ainda
hoje os historiadores perguntam-se como um império de tão grande magnitude como
foi o da era romana que durou mais de 1000 anos, possa ter deixado de existir.
Poder absoluto da época, o planeta vivenciou então a sua primeira globalização,
já que as fronteiras eram as do próprio império. O idioma latim era amplamente
difundido assim como o grego, tornando-se mais fácil as viagens e a
comunicação. Após a queda do império romano, foi necessário um largo período de
reencarnações dolorosas para que o homem despertasse um pouco mais a sua
espiritualidade, permitindo a expansão das artes e ciências já no período
compreendido como Renascimento. Posteriormente, o surgimento do Espiritismo
codificado por Kardec, o Consolador prometido por Jesus, trouxe novo alento a
todos aqueles que buscam o conhecimento. Pelo conhecimento Espírita, sabemos
que a queda do império romano foi uma determinação do Alto. Ao atingir os
excessos em vícios de todas as naturezas com a consequente desagregação das
famílias, abusando ainda do poder que possuía na subjugação de outros povos,
tornaram-se necessárias ações corretivas mais contundentes. Assim, por fugir
totalmente da programação que havia sido estabelecida mesmo com a insistente
ação do Alto para que despertassem, e por tornar-se um peso demasiado oneroso
para a evolução do planeta, determinando a fragmentação deste império. Não
existe improvisação por parte das esferas siderais que coordenam a evolução do
planeta. O livre-arbítrio que temos, é limitado, tanto a nível individual como
coletivo, sendo corrigido conforme as circunstâncias, com interferências do
plano maior sempre em benefício de nossa evolução intelecto-moral. Vivenciamos
hoje situação bastante similar à época romana. O egoísmo atingindo o seu ápice
na sociedade atual, com contrastes gritantes com a fome e a miséria de um lado
e a opulência e o descaso de outro, entre nações ricas e pobres e mesmo entre
indivíduos nestas nações. O modelo econômico, baseado no consumismo desenfreado
gradativamente tem demonstrado a sua exaustão. A insatisfação popular não se
restringe mais apenas a países do terceiro mundo, como vem acontecendo no
grande movimento chamado de “primavera árabe” que removeu ditadores na Tunísia,
no Egito, e na Líbia e agora gerando um clima de instabilidade na Síria. Esta
frustração tem surgido de forma nítida nos habitantes de grandes cidades da
Europa, como aconteceu em Londres recentemente na depredação de carros e lojas,
e em Nova Iorque, no movimento popular “ocupem Wall Street”, que se espalha
agora por mais de 82 países. Este contraste na riqueza abusiva e a pobreza dos
que não têm acesso aos bens de consumo, associado à corrupção e impunidade,
junto à incompetência dos governos em encontrar alternativas viáveis para a
melhora social, vem criando uma insatisfação popular cada vez mais intensa
principalmente pela falta de religiosidade de nossa humanidade. E, os
prognósticos para os próximos anos revelam-se de dificuldades ainda maiores
para as famílias em geral, em face da crise econômica mundial que vem afetando
todos os países. Mas a humanidade tem recebido inúmeras oportunidades de evitar
situações estressantes como a atual. O próprio império romano foi criado por
Jesus, de modo a facilitar a transformação moral da humanidade. A facilidade de
comunicação tinha por objetivo difundir a mensagem redentora do Mestre. Mas, assim
como negligenciamos no passado, agora nos vemos em situação similar.
Passaram-se dois mil anos desde o recebimento da mensagem renovadora da Boa
Nova trazida por Jesus. Mas isto não impediu as duas grandes guerras de caráter
mundial, e mesmo depois delas o mundo ainda não conseguiu encontrar a
necessária paz e uma vida dentro dos padrões ético-morais. A violência, os
vícios e a corrupção alastram-se como um câncer social, trazendo sérias
consequências para a sociedade. Como um catalisador negativo, os valores morais
são colocados em dúvida, através da televisão, na sua programação muitas vezes
imoral, onde a desonestidade e permissividade sexual assumem ares de
normalidade, arrastando para condutas infelizes mentes invigilantes. Mas, a
Humanidade caminha em passos largos para o seu aprimoramento moral, mesmo entre
o caos social aparente. Vivenciamos os tempos chegados, e as pessoas de bem
devem fortalecer-se na Fé. A humanidade continuará a evoluir, como tem sido
desde os primeiros passos do Homo sapiens, seguindo a sua trajetória redentora
conforme programado por Jesus. Mas nunca foi tão necessário seguir a
recomendação do Mestre Galileu: “orai e vigiai”. Como sempre tem ocorrido ao
longo dos séculos, os governantes siderais sem improvisar, manterão o
equilíbrio do planeta, saneando a sociedade sempre que necessário. Que possamos
contribuir neste processo renovador, dando os primeiros passos, na
transformação moral de nós mesmos.
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