segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

O Poder do pensamento – Energia Criadora

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O pensamento é – para nós – amplo assunto para estudo pois muita das teorias são obscuras do ponto de vista materialista. No espiritismo temos uma visão de pensamento como uma força criadora. através dele podemos atrair motivos de alegria ou de sofrimento, podemos nos unir a Deus ou nos distanciar dEle. Por isso o estudo do pensamento é de enorme importância para a nossa evolução moral. Entender o quanto o pensamento pode influenciar na vida material e espiritual pode nos ajudar a controlar e vigiar sobre o que andamos pensando.

Sendo todos nós espíritos encarnados, estamos em constante contato com o mundo espiritual através de nossos pensamentos que alteram o nosso campo vibracional conforme mais ou menos elevados sejam os pesamentos. Quantas vezes não vemos um filme de terror e nos sentimos perturbados por um tempo após assisti-lo? quantas vezes em momentos onde a raiva nos domina sentimos dores de cabeça fortes ou temos mudança súbita de pressão ? Sim meus amigos, o pensamento tem consequências físicas e espirituais diretas sobre nós; através deles estamos em constante troca energética com o mundo material e o mundo espiritual. Do contrário, quando viemos de uma palestra espírita, ouvindo mensagens de bem, vemos um filme inspirador ou temos uma conversa sublime nossa mente relaxa, sentimos torpores de alegria no amago do espírito; são as consequências diretas dos bons pensamentos.

Os espíritos revelaram à época de Kardec e as seguintes épocas o caráter do pensamento como importante ferramenta para se ligar ao bem ou ao mal, na pergunta 89 a máxima de jesus “diga onde está seu coração que aí está o seu tesouro” pode ser entendida como coração o seu sentimento, sua paixão e , como a paixão é um pensamento de adoração poderíamos interpretar coração como pensamento; “diga onde está seu pensamento que aí estará seu tesouro” ou seja, aí estará o que você valoriza o que lhe é caro. Queres ter como tesouro bens materiais perecíveis ou a vida imortal e justa? a felicidade eterna daqueles que praticam o bem ?

89. a) O pensamento não é a própria alma que se transporta?
“Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também aí está, visto que é a alma quem pensa. O pensamento é um atributo.”

Através dos bons pensamentos nos conectamos com bons espíritos, ouvimos através de intuições seus concursos em prol de nossa evolução mas, através do pensamento invigilante e desequilibrado, tomamos nota de influências espirituais não tão elevadas que se comprazem com o mal e a propagação dele. Por isso a importância de vigiar os pensamentos a fim de evitar a influenciação negativa de espíritos infelizes.

“[…]todo mau pensamento que nos é sugerido vem de um espírito dessa ordem.” Livro dos Espíritos, Cap I.

Outra situação que pode nos desequilibrar os pensamentos é ao assistir filmes, programas de TV com muita violência, com ideias que nos remontam a revolta, raiva, etc. Para nós espíritas é ótimo evitar isso. Entendemos a situação de crise que o planeta vive mas não devemos alimentar esta crise com pensamentos negativos. A gama de pensamentos ruins que diariamente milhões trazem é tão grande que alimenta todos os espíritos inferiores em suas práticas de mal. Agora imagine o contrário; milhares com pensamento voltado a Jesus e ao bem, com foco em pensar num futuro melhor, quem vocês acham que irá utilizar desses pensamentos em prol de um trabalho ? Os amigos espirituais, os “espíritos angelicais” e de luz.

Sendo o pensamento energia criadora, quando pensamos estamos criando algo, seja uma situação que vibracionalmente se torna possível ou uma imagem mental. Somos responsáveis pelo que criarmos e por isso devemos estar atentos ao que estamos pensando. Joanna de Angelis nos diz, no livro Vida Feliz:

“O homem pode ser considerado o pensamento que exterioriza, fomenta e nutre. Conforme a sua paisagem mental, a existência física será plasmada, face ao vigor da energia direcionada. O pensamento é a manifestação do anseio espiritual do ser, não uma elaboração cerebral do corpo. Sendo o Espírito o agente da vida, nos intrincados painéis da sua mente se originam as idéias, que se manifestam através dos impulsos cerebrais, cujos sensores captam a onda pensante e a transformam, dando-lhe a expressão e forma que revestem o conteúdo de que se faz portadora.”

As vibrações de nosso pensamento se unem a vibrações de igual valor moral. Por isso o dever do espírita é de manter os pensamentos com foco no bem e na elevação moral. Sintonizar-se com a espiritualidade é como um rádio ligado em uma estação, qualquer distúrbio no aparelho sintonizador nos faz perder o sinal da estação desejada. Se mudarmos a sintonia de pensamentos estaremos nos conectando com sintonias análogas a esta. Por isso se pensarmos o mal nos ligamos ao mal, se pensarmos no bem, nos ligamos ao bem.

O pensamento é criador. Assim como o pensamento eterno projeta, ininterruptamente, no Espaço, os germens dos seres e dos mundos, também o do escritor, do orador, do poeta, do artista, faz brotar um incessante florescer de ideias, de obras, de concepções, que vão influenciar, impressionar, para o bem ou para o mal, segundo sua natureza, a imensa multidão humana.
É por isso que a missão dos operários do pensamento é, ao mesmo tempo, grande, perigosa e sagrada. Grande e sagrada, pois o pensamento dissipa as sombras do caminho, resolve os enigmas da vida e traça a rota da Humanidade; é sua chama que aquece as almas e embeleza os desertos da existência. É, também, perigosa, porque seus efeitos são tão poderosos para a descida quanto para a ascensão.
Cedo ou tarde, todo produto do espírito retorna a seu autor com suas consequências, acarretando para este, segundo o caso, o sofrimento, um apequenar-se, uma privação de liberdade, ou, então, satisfações íntimas, uma dilatação, uma elevação de seu ser.
A vida presente é, como se sabe, um simples episódio de nossa longa história, um fragmento da longa cadeia que se desenrola, para todos, através da imensidão. E, constantemente, recaem sobre nós, em brumas ou em claridades, os resultados de nossas obras. A alma humana percorre seu caminho, envolta numa atmosfera radiosa ou sombria, povoada pelas criações de seu pensamento. E ali está, na vida do Espaço, sua glória ou sua vergonha.
Leon Denis
Do livro: O Problema do Ser e do Destino. CELD (retirado de portifólio do Centro espírita Leon Denis – RJ)

Neste quadro devemos escolher: queremos ser fonte de energia para o bem ou para o mal? que nossos pensamentos sejam a transmissão de nosso ideal de evolução e amor. Busquemos pois, vigiar nossos pensamentos para que sejamos sempre fonte inspiradora de energia divina que há de elevar a humanidade no reino de paz e de amor que Jesus nos promete. Somos responsáveis pelo que projetamos no campo mental por isso orai e vigiai. Muita paz!

Espiritismo para iniciantes

O QUE ACONTECE NO INTERVALO ENTRE AS ENCARNAÇÕES, SEGUNDO DIVERSOS ESTUDOS

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Fábio José Lourenço Bezerra

O artigo abaixo, publicado no site da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres - Enciclopédia PSI (www.psi-encyclopedia.spr.ac.uk), em 6 de Maio de 2017, o autor Dr.James G Matlock, trata do intervalo entre existências na matéria, que no Espiritismo é chamado de Erraticidade. Utilizando-se de vasta bibliografia das pesquisas sobre a reencarnação (lembranças de vidas passadas espontâneas ou sob regressão hipnótica), Experiências Fora do Corpo e de Quase-Morte, além das memórias antes do nascimento, o Dr. James analisa o que o conjunto desses estudos têm a dizer sobre o que ocorre no período no qual o Espírito passa no mundo espiritual, antes de ligar-se novamente a um corpo físico.

James G Matlock recebeu seu Ph.D. em antropologia da Southern Illinois University em Carbondale. Pesquisando sobre a parapsicologia, escreveu sobre a história da parapsicologia, a antropologia da religião, além da sobrevivência pós-morte e a reencarnação tanto na antropologia quanto na parapsicologia. Trabalhou na Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas e no Centro de Pesquisas do Reno, sendo atualmente pesquisador da Fundação Parapsicologia. Ele ministra um curso sobre reencarnação on-line através do Instituto de Pesquisa e Educação Alvarado Zingrone. É co-autor, com Erlendur Haraldsson, de I Saw a Light and Came Here: Children’s Experiences of Reincarnation.

Eis o seu artigo:

Memórias de Intermissão

A intermissão é o período entre a morte e o renascimento na reencarnação. Cerca de 20% das crianças que se lembram de vidas anteriores também lembram eventos desse intervalo. Essas memórias mostram sinais claros de influência cultural, mas também existem importantes consistências transculturais. Embora a maior parte das memórias de intermissão esteja relacionada a eventos que não podem ser confirmados, alguns incluem percepções verídicas (verificadas) e interações com pessoas vivas e o mundo material.

Introdução
Ian Stevenson cunhou o termo "intermissão" para o período entre a morte e o renascimento em um caso de reencarnação 1. Ele chamou as lembranças desse intervalo  de 'memórias de intermissão' 2. Poonam Sharma e Jim Tucker descobriram que 276 (23%) de 1.200 casos de reencarnação na coleção de Stevenson na Universidade de Virginia incluíam memórias de intermissão. 3 James Matlock e Iris Giesler-Petersen encontraram memórias de intervalo em 85 (21%) dos 400 casos de reencarnação publicados de doze países, sete na Ásia e cinco no Ocidente 4.

Sharma e Tucker concluíram que os casos com memórias de intermissão apresentavam memórias melhores do que os sujeitos que recordaram vidas anteriores sem se lembrar do intervalo. Casos com memórias de intermissão foram melhor desenvolvidos e mais consistentes no geral, tanto em suas características comportamentais e físicas quanto na precisão das memórias de vidas passadas. Indivíduos com memórias de intermissão fizeram declarações significativamente mais corretas sobre a vida anterior, eles se lembraram de mais nomes da vida anterior, eles eram mais propensos a lembrar a morte da pessoa anterior, e eles recordaram mais vidas passadas do que sujeitos sem memórias de intermissão. Em outros aspectos, no entanto, os casos com memórias de intervalo foram muito semelhantes aos casos sem eles 5.

Sharma e Tucker identificaram três etapas da experiência de intermissão, com base em uma análise de 35 casos birmaneses. O primeiro estágio é o de transição após a morte, geralmente durando até que o corpo seja enterrado, cremado ou descartado de alguma forma. O segundo estágio é mais estável e geralmente se passa em um local fixo. O terceiro estágio envolve a escolha dos pais para a nova vida 6. Com base em pesquisas de memórias pré-natais e de vidas passadas no Japão, Masayuki Ohkado identificou um quarto estágio, a vida no útero e um quinto estágio, o nascimento e suas conseqüências imediatas 7. Matlock e Giesler-Petersen confirmaram o modelo de cinco estágios da experiência de intermissão com sua amostra global, embora eles descobriram que a maioria das memórias de intermissão se relacionam com as três primeiras etapas 8.

Memórias de intermissão foram relatadas em todo o mundo, mas Stevenson observou que "elas correspondem de perto aos hábitos das personalidades anteriores ou às expectativas do que deveria acontecer após a morte, com base nas religiões locais ou outras tradições culturais" 9. Matlock e Giesler-Petersen encontraram diferenças importantes entre as memórias de intermissão relatadas pelos países asiáticos e ocidentais. Na Ásia, os sujeitos tendiam a recordar o intervalo que se passava num ambiente terrestre (talvez um pagode ou uma árvore), enquanto no Ocidente eles o imaginavam passando no céu. Espíritos de membros falecidos da família, amigos e outros seres humanos, como também figuras não-humanas, apareceram em memórias de intermissão em ambas as áreas do mundo, mas as figuras não-humanas foram interpretadas de forma diferente. Os asiáticos os viam como o Rei da Morte, divindades menores e devas, enquanto os ocidentais viam Deus, Jesus e anjos 10.

Memórias de intervalo também foram relatadas em sociedades tribais indígenas na América do Norte, com semelhanças gerais com as de outros lugares, mas também com variações. Stevenson observou que um índio tlingit do Alasca poderia contar como após a morte ele foi transportado através de um lago em uma canoa, então foi enviado de volta através do lago para renascer 11. Matlock apresenta memórias históricas de intermissão do Tlingit, nas quais a terra dos mortos é descrita no mesmo plano que o mundo material 12. Em contraste, Richard Slobodin descreve um caso que ele ouviu do Kutchin (Gwich'in) dos Territórios do Noroeste do Canadá, entre os quais missionários cristãos estiveram vivos. Uma menina de 6 anos contou à mãe que, depois que ela morreu, subiu ao céu em uma trilha íngreme e estreita até chegar ao portão para o céu e ser admitida por São Pedro. Ela continuou até conhecer Jesus, que lhe disse que não era hora de morrer e mandou-a de volta à Terra para renascer 13.

Além dos espíritos de seres humanos mortos e entidades não-humanas, alguns sujeitos de caso lembram de perceber e interagir com indivíduos encarnados ou com o mundo material. Percepções e interações foram relatadas durante todos os estágios da experiência de intermissão. Alguns estão confirmados para ter acontecido como os assuntos recordam. Mesmo quando eles não eram demonstravelmente verídicos, os eventos percebidos poderiam ter acontecido como descrito. Em nenhum caso, as percepções e interações de intermissão mostraram-se errôneas ou implausíveis. Essa habilidade de perceber e interagir enquanto desencarnada pode parecer improvável, mas Matlock e Giesler-Petersen apontam que ela poderia ser tratada através de percepção extra-sensorial e psicocinese por parte de uma mente desencarnada 14.

Houve pouco comentário crítico ou cético sobre as memórias de intermissão, talvez porque elas não sejam tão amplamente conhecidas como memórias de vidas passadas. O cético da reencarnação, David Lester, na verdade, supõe que elas estejam ausentes e considera isso "intrigante". "Os espíritos devem lembrar esses tempos e os tempos de uma encarnação anterior", diz ele. Isso é particularmente importante porque a evidência de vida após a morte por experiências de quase morte diz respeito à vida no mundo espiritual. Os relatos de experiências de reencarnação não indicam nada sobre esse mundo espiritual. As duas fontes de evidência estão, aparentemente, em conflito ” 15. No entanto, nada disso é verdadeiro. Não apenas muitos sujeitos de casos de reencarnação relembram a intermissão, como também há fortes semelhanças entre a representação da existência desencarnada em memórias de intermissão e experiências de quase morte 16.

Os cinco estágios da experiência de intermissão

Estágio 1: Morte e suas consequências imediatas

Sharma e Tucker descreveram o estágio de intermissão 1 como um "estágio de transição" após a morte. Nove (26%) de seus 35 indivíduos birmaneses lembraram eventos desse período 17. Um total de 30 (35%) dos 85 casos na amostra multicultural de Matlock e Giesler-Petersen incluiu o conteúdo da Fase 1 18.

Todos os 30 casos de Estágio 1 de Matlock e Giesler-Petersen incluíram percepções do mundo material 19. Keaw, soldado do exército tailandês, lembrou-se de que, depois de morrer de cólera aos 20 anos de idade, tentara falar com seus parentes e amigos, mas eles não respondiam. Ele viu seus parentes dando comida aos monges. Um dia os monges realizaram uma cerimônia em sua antiga casa. Quando eles estavam saindo, ele notou uma estranheza em seu corpo, e pela primeira vez percebeu que estava morto 20.

As percepções do estágio 1 geralmente incluem o descarte do corpo. Uma menina do Sri Lanka, Disna Samarasinghe, lembrou-se de testemunhar seu funeral e disse que ela havia sido enterrada perto de um formigueiro, o que era verdade, mas não havia sido contemplada antes de sua morte. Ela apontou para onde estava seu túmulo, embora não tivesse nenhum marcador que pudesse lhe dizer sua localização 21. Ratana Wongsombat, da Tailândia, lembrou ter tido suas cinzas cremadas espalhadas ao redor, em vez de serem enterradas, como uma bodhi (uma figueira sagrada), como ela havia indicado em seu testamento. 22Outro sujeito tailandês, Pratomwan Inthanu, lembrou que ela havia morrido quando criança e seu corpo enterrado do lado de fora do cemitério da aldeia, e não dentro dele, como deveria ter sido. Ninguém, exceto o agente funerário, sabia que ele havia feito isso, mas admitiu quando confrontado por Pratomwan. 23

O estágio 1 termina quando o espírito da pessoa falecida se afasta do local da morte ou descarte do corpo, seja para o Estágio 2 ou diretamente para o Estágio 3. Movimento direto para a seleção de novos pais pode ocorrer quando um dos pais vier perto do corpo ou do local da morte, o que Stevenson chamou de "fator geográfico" na reencarnação. 24 Um garoto indiano chamado Sunder Lal lembrou ter sido um homem que havia morrido de peste. O corpo do homem foi jogado em um rio perto de onde a futura mãe de Sunder Lal estava tomando banho. Ele a viu e foi para casa com ela. 25Um menino birmanês, Maung Kalar, lembrou-se de ser um soldado indiano com o exército britânico na Birmânia na década de 1940. Ele e um grupo de seus companheiros foram atacados e assassinados pelos aldeões, após o que, segundo ele, seu pai havia chegado e levado seus corpos para longe, despejando-os de um penhasco. Ele seguiu seu pai para casa e renasceu em sua família. Kelar apontou o local onde os assassinatos ocorreram, confirmados por seu pai, que de fato havia jogado os corpos de um penhasco depois de levá-los embora. 26

Estágio 2: Existência desencarnada

Purnima Ekanayake, do Sri Lanka, lembrou ter sido atingida por um grande veículo (um ônibus) enquanto ela andava de bicicleta. Depois do acidente, ela flutuou na escuridão por alguns dias. Ela viu as pessoas lamentando por ela e chorando, e observou seu corpo até o funeral. Então ela viu uma luz e a próxima coisa que ela sabia era que estava em sua vida presente 27. Purnima não se lembrava de nada da existência desencarnada depois de seu funeral, mas muitos outros casos discutiram esse período. Sharma e Tucker encontraram memórias do Estágio 2 em 19 (54%) de seus 35 casos birmaneses. 28 As memórias do Estágio 2 figuraram em 66 (78%) dos 85 casos de Matlock e Giesler-Petersen, e em 32 (48%) desses 66 casos, havia percepções do mundo material 29.

Um menino indiano chamado Veer Singh disse que durante um intervalo de 11 anos ele residiu em uma árvore peepal (bodhi) no quintal da casa de sua antiga família. Ele sabia que a família havia comprado um camelo e estivera envolvida em ações judiciais e declarou os nomes (e mais tarde reconheceu) dois filhos nascidos após sua morte. Veer disse que ele havia deixado sua árvore para seguir um irmão que saiu sozinho e que ele contou isso a sua mãe em um sonho. Em uma ocasião, ele ficou irritado com duas mulheres que estavam balançando um ramo de sua árvore e provocou a quebra da prancha em que elas estavam sentadas. Todos esses incidentes ocorreram como Veer lembrou 30.

As lembranças de Veer Singh de seu tempo na árvore peepal são típicas do ambiente pós-morte terrestre descrito nas memórias de intermissão asiáticas. A maioria dos ocidentais diz que eles vão para o céu depois de morrerem, mas os asiáticos geralmente permanecem perto da terra. Dos 66 casos de Matlock e Giesler-Petersen com memórias do Estágio 2, 30 (45%) referiram-se a um ambiente terrestre e 27 (41%) referiram-se a um ambiente celestial. Cinco casos (8%) referiam-se a ambientes terrestres e celestes. A natureza do ambiente pós-morte não ficou clara em outros quatro casos (6%). Dos 30 casos terrestres, 28 (93%) ocorreram em países asiáticos, enquanto dos 27 casos celestes, 19 (70%) ocorreram em países ocidentais. Os indivíduos se referiram a ambientes terrestres e celestes em quatro casos asiáticos e um caso ocidental. p <0 31.="" font="">

Quando ambos os ambientes terrestre e celeste foram descritos, os sujeitos do caso disseram que passavam a maior parte do tempo no céu, mas às vezes visitavam a Terra. Ratana Wongsombat disse que foi primeiro ao céu, mas desceu para procurar algo que havia deixado em uma cabana de meditação 32. Uma menina indiana, Pratima Saxena, disse que "subiu" depois de morrer, mas sempre que seu filho (anterior) precisava dela, ela "descia" para ajudá-lo 33. Uma garota holandesa disse à mãe: "Eu estava com os anjos no céu e olhei para baixo sobre a terra... Eu voei para a terra, entrei em uma casa e olhei em volta" 34.

Além do ambiente terrestre do Estágio 2, o caso de Veer Singh ilustra duas maneiras pelas quais os espíritos podem interagir com pessoas vivas e com o mundo material durante o intervalo - eles podem se comunicar através dos sonhos e agir de maneiras percebidas pelos vivos - Atividade poltergeist. Existem outros meios de interação, além destes. No famoso caso italiano de Alexandrina Samona, Alexandrina apareceu nos sonhos de sua mãe, a família ouviu batidas na parede e ela se comunicou com eles através de um médium 35.

Espíritos desencarnados podem se apresentar como aparições também. Um menino birmanês, Maung Yin Maung, lembrou que, depois de morrer quando seu avião caiu, ele vagou como um espírito, aproximando-se da casa de seu irmão quando alguém saía do banheiro. Ele reconheceu sua cunhada e caminhou na direção dela, parando quando sentiu que não poderia se aproximar. Ela o viu e lhe disse que, se quisesse, ele poderia "ficar" (reencarnado) com eles. Mais tarde, naquela noite, ele a visitou enquanto dormia. Sua mãe e irmã também apareceram no sonho, pedindo-lhe para voltar com eles, mas ele se recusou a ir com eles. A cunhada (mãe de Maung Yin Maung) lembrou ter visto a aparição, convidando-o para ficar com eles e também tendo tido um sonho em que o homem morto apareceu junto com sua mãe e irmã (viva) 36.

Além de perceber e interagir com o mundo material e as pessoas vivas, muitos sujeitos do caso lembram-se de se envolver com espíritos não humanos durante o estágio 2 do intervalo. Uma variedade de espíritos não humanos é mencionada, mas Matlock e Giesler-Petersen descobriram que alguns papéis-chave - Gatekeeper, Escort (ou Guide), Entity on Charge, e uma categoria diversa que rotularam como Other - aparecem repetidas vezes. Os gatekeepers apareceram no início do estágio 2 e verificaram os registros. As acompanhantes encontraram o espírito desencarnado no início da Fase 2 (às vezes no final da Fase 1) e guiaram o espírito por pelo menos parte da experiência da Fase 2. As Entidades Responsáveis ​​supervisionaram o ambiente da Fase 2 e, por vezes, tomaram decisões sobre o destino do espírito desencarnado. Outros espíritos não humanos não tinham papéis distintos e recorrentes 37.

Matlock e Giesler-Petersen observaram que as entidades espirituais nos principais papéis eram percebidas de forma diferente na Ásia e no Ocidente, de acordo com os preceitos e valores culturais. Nos casos asiáticos, um Escort geralmente era descrito como um homem velho ou sábio, geralmente vestido de branco, enquanto nos casos ocidentais, era um homem ou uma mulher genéricos. Na Ásia, entidades no papel Outro eram percebidas como divindades devas e patronas, enquanto no Ocidente eram anjos. A Entidade Responsável é interpretada diferentemente como Deus, Yama ou o Rei da Morte na Ásia, mas como Deus ou Jesus no Ocidente 38.

Não parece haver um programa regular de atividades durante a Fase 2, nem na Ásia nem no Ocidente. Apenas dois dos sujeitos de Matlock e Giesler-Petersen relataram ter feito um balanço de suas vidas anteriores quando morreram 39. Nasir Toksöz, um menino turco Alevi, disse que após a sua morte, ele deu a Deus um relato de sua conduta 40. Kazuya, um menino japonês, disse que depois de se matar ele passou algum tempo em uma "sala de reflexão" antes de decidir renascer com sua ex-mãe 41. Chanai Chhoomalaiwong, da Birmânia, disse que foi forçado a tirar as roupas e andar nu por um lago de lótus emaranhado 42, mas nenhum outro sujeito foi submetido a julgamento ou punição. Um garoto inglês chamado Stephan Ramsay disse que havia trabalhado em uma grande biblioteca, onde foi instruído a "colocar todos os novos bits nos livros". Ele havia optado por trabalhar, mas não era necessário trabalhar no céu 43. Kazuya disse que fez um pacto pré-natal com outros três espíritos para renascer na mesma época 44. Nenhum outro sujeito mencionou fazer planos para suas próximas vidas, além de selecionar seus pais 45.

Quatro dos súditos de Matlock e Giesler-Petersen se lembraram de ter oferecido uma fruta ou outro alimento para comer antes de renascerem. 46 Alguns casos de reencarnação creditam a sua capacidade de recordar vidas passadas - e interrupções - de ter evitado comer estes alimentos, que Stevenson apelidou de “fruto do esquecimento”. 47 O fruto do esquecimento é uma reminiscência de beber do rio Lete para limpar memórias de vidas passadas antes de reencarnar, como relata Er observando em Platão da República 48. A técnica não parece ser muito eficaz, no entanto. Ampan Petcherat, da Tailândia, 49 e Santosh Sukla, da Índia, 50 disseram que comeram a fruta que foi oferecida, mas lembraram de suas vidas anteriores e o intervalo antes de suas vidas atuais de qualquer maneira.

Estágio 3: Selecionando Novos Pais

Cerca de metade dos casos que lembram os eventos da intermissão dizem que se lembram de como eles voltaram a renascer para os pais. Dos 35 indivíduos birmaneses de Sharma e Tucker, 18 (51%) o fizeram, 51 e 85 de Matlock e Geisler-Petersen, 42 (49%). 52 Alguns desses assuntos também se lembram das percepções do mundo material neste momento. Um total de 18 (43%) dos 42 sujeitos de Matlock e Giesler-Petersen com memórias do estágio 3 falaram sobre pessoas ou cenas que viram. Essas percepções ocorreram em ambientes terrestres e celestes, embora fossem mais frequentes com os primeiros. Eles foram confirmados como precisos em cinco casos 53.

Quando as memórias do estágio 3 estão relacionadas a ambientes terrestres, elas geralmente envolvem fatores geográficos. Um menino tailandês, Bongkuch Promsin, disse que depois de passar algum tempo em uma árvore perto do lugar onde seu corpo foi carregado depois de ser assassinado, ele foi procurar por sua mãe em sua vida anterior. Era um dia chuvoso e ele se perdera no mercado da aldeia. Quando ele viu seu pai atual, decidiu segui-lo e o acompanhou até um ônibus. Na verdade, o pai de Bongkuch estava no mercado em um dia chuvoso durante o mês em que sua esposa engravidara e pegara um ônibus para casa. 54Percepções verídicas relacionadas à escolha dos pais também podem ocorrer na perspectiva dos ambientes celestes. James Leininger, que lembra ter morrido quando seu avião de combate foi abatido perto de Iwo Jima durante a Segunda Guerra Mundial, disse a seus pais que os viu em uma praia no Havaí e descreveu corretamente o hotel cor-de-rosa em que haviam passado 11 meses antes dele nascer 55. Em outros casos, os novos pais eram conhecidos para a pessoa anterior, que foi atraído para eles por que Stevenson chamado de 'fator psíquico', em oposição a um fator geográfico 56.

Alguns sujeitos relatam que tiveram ajuda na escolha de seus pais. Katsugoro, um menino japonês, disse a sua família que depois de morrer de varíola ele ficou em sua casa anterior até que um homem idoso veio para levá-lo embora. O homem o levou para sua atual casa e disse que era onde ele iria renascer. 57 Kees, um menino holandês, disse que depois que ele morreu, ele foi recebido por um anjo que o levou para Deus. Ele ficou com Deus por um tempo, então os anjos o haviam incitado a reencarnar. Quando ele resistiu, eles lhe asseguraram que ficariam ao lado dele 58.

Às vezes, tanto a reencarnação "eletiva" quanto a "assistida" estão envolvidas. Uma menina birmanesa chamada Ma Par lembrou-se de ser uma oficial britânica a bordo de um avião de reconhecimento que ficou sem combustível e caiu na Birmânia durante a Segunda Guerra Mundial. Ela pensou na Inglaterra e encontrou-se lá, mas o Rei da Morte forçou-a a voltar para a Birmânia. Mais tarde, ela foi para a Inglaterra uma segunda vez, mas novamente foi levada de volta para a Birmânia e disse que teria que renascer lá, embora a escolha da família tenha sido deixada para ela 59.

Estágio 4: Vida no útero

Matlock e Giesler-Petersen encontraram quatro casos com memórias de vida no útero, além de outros estágios da experiência de intermissão 60. Um dos casos foi tailandês, os outros três americanos. No caso tailandês, Thiang San Kla contou ver seu corpo depois que ele foi morto. Ele queria voltar para lá, mas havia tantas pessoas por perto que ele estava com medo. Ele visitou seus amigos e parentes, mas nenhum podia vê-lo. Ele queria voltar para sua antiga mãe, mas ela 'rejeitou' ele (ela era então muito velha para ter filhos), então ele foi para a esposa de seu irmão mais novo, entrando pela boca dela. Durante o período intra-uterino, ele entrava e saía da boca da mãe 61.

Ryan Hammons contou que, após sua morte, ele foi primeiro a um "local de espera" a caminho do céu. Ele disse que, dos céus, viu seus pais e escolheu sua mãe, que ele conhecera em uma vida anterior. Ele queria saber por que sua mãe queria que ele fosse uma menina. Quando ela perguntou por que ele achava isso, ele explicou que tinha "visto do céu". Um médico fez um teste e disse que ela estava carregando um menino, o que a perturbou tanto que ela chorou por um longo tempo durante o jantar de aniversário de seu pai em um restaurante. Sua reação naquela noite foi algo que a mãe de Ryan logo se arrependeu, e não falou sobre, mas o relato de Ryan sobre isso foi inteiramente correto 62.

Outro menino, William, disse que ele havia morrido na quinta-feira e ido para o céu, onde havia visto animais e conversado com Deus. Ele disse a Deus que estava pronto para voltar e nasceu em uma terça-feira. "Quando você morre, você não vai direto para o céu", relatou William. 'Você vai para níveis diferentes - aqui, depois aqui, então aqui'. Ele moveu a mão para cima e para cima para indicar ascendência através dos níveis. Ele disse que animais e pessoas renasceram. William realmente nascera em uma terça-feira e seu avô, com quem ele foi identificado, morrera na quinta-feira. Quando William viu uma foto de sua mãe quando ela estava grávida, ele comentou que, quando estava de barriga, ela sempre segurava quando subia correndo as escadas de sua casa. Ela perguntou como ele sabia disso e ele disse que estava observando-a 63.

O terceiro menino americano com memórias da vida no útero, Bobby Hodges, também lembrou seu nascimento.

Estágio 5: Nascimento e suas conseqüências imediatas

Bobby Hodges, de quatro anos, relembrou fragmentos de duas vidas anteriores e tinha lembranças claras de eventos que começaram com seu tempo no ventre de uma tia. Quando ele estava lá, a família morava em uma casa que tinha escadas sem escarpas e estava perto da água, ele disse 64. Ele tinha um irmão gêmeo que agora era seu irmão mais novo. Ele exigiu que seu irmão lhe dissesse por que e como ele havia terminado a gravidez e os retirado do útero da tia. Bobby disse que tentara voltar para sua tia, mas encontrou seu útero já ocupado e não conseguiu desalojar seu novo ocupante. Porque ele estava ansioso para voltar à vida encarnada, ele foi para sua mãe atual em seu lugar. Ele descreveu ter visto o casamento de seus pais, que aconteceu enquanto sua mãe estava grávida dele. Ele falou sobre ter tido dificuldades em nascer e finalmente ser entregue por cesariana.

Todos esses eventos ocorreram como Bobby descreveu. Durante sua gravidez incompleta com meninos gêmeos, sua tia vivia em uma casa em uma baía. A casa tinha escadas sem escarpas. Ela havia abortado até o final da gravidez, aparentemente quando um gêmeo havia rolado no cordão umbilical que compartilhavam. Outra gravidez se seguiu logo depois, e o primo de Bobby nasceu 18 meses antes dele. A descrição de Bobby sobre o casamento de seus pais foi correta, assim como seu relato sobre seus problemas de parto. Seu corpo apresentava-se em decúbito e, em um esforço para entregá-lo, os médicos tentaram empurrá-lo de volta ao útero. Quando sua mãe explicou que isso era o que eles estavam fazendo, Bobby respondeu: 'Ah, eu não sabia disso. Eu teria me virado, mas achei que eles estavam me empurrando de volta. Enfim, então eu vi a luz 65.  

Experiências de Intermissão vs Experiências de Pré-Nascimento

O termo "lembrança pré-natal" às vezes se refere a recordações de qualquer experiência antes do nascimento, e inclui memórias de vidas passadas e memórias de intervalo 1, mas mais estritamente refere-se a memórias de nascimento, útero e um período de existência desencarnada. , juntamente com a seleção dos pais (Etapas 2, 3, 4, 5), sem referência a encarnações anteriores 66. É neste último sentido que a "memória pré-nascimento" e a "experiência pré-nascimento" são empregadas aqui, a fim de distinguir memórias pré-nascidas de memórias de intermissão.

Fenomenologicamente e estruturalmente, as memórias pré-natais são muito semelhantes às memórias de intermissão 67. Todas as 21 crianças no estudo de Ohkado e Ikegawa disseram que não estavam sozinhas em seu estado desencarnado. Catorze viam um deus ou uma entidade divina, e doze estavam com espíritos que se tornaram seus irmãos ou amigos. Dezessete crianças disseram que escolheram seus pais. Três disseram que receberam assistência de uma entidade não humana. Doze se lembraram de ir ao ventre de sua mãe. Quinze disseram que viram eventos se desdobrando no mundo material, embora suas memórias desses eventos fossem limitadas, restritas a seus pais e famílias. Em três casos, as percepções lembradas eram verídicas 68.

Matlock e Giesler-Petersen optaram por não incluir memórias pré-natais em sua análise das memórias de intermissão 69, mas se as tivessem incluído, poderiam ter mais exemplos de lembranças do útero e do nascimento. Ohkado e Ikegawa 70 e Ohkado 71 descobriram que as lembranças do útero e do nascimento eram muito mais comuns do que as lembranças de vidas passadas em suas pesquisas japonesas. Relatos anedóticos das memórias do útero e do nascimento aparecem em coleções publicadas de memórias pré-natais ocidentais 72 e em fóruns online como PreBirthExperience.com ( http://www.prebirthmemories.com/), mas uma investigação aprofundada, baseada em entrevistas, do tipo que é a norma na pesquisa de reencarnação, ainda não começou com memórias pré-natais. Muito mais trabalho precisa ser feito antes que haja uma boa compreensão de quantas memórias pré-natais confiáveis ​​existem, como elas são transculturais, e como melhor interpretar semelhanças e diferenças entre elas e memórias de intermissão 73.

Experiências pré-natais são provavelmente um subconjunto de experiências de intermissão, mas isso não é certo 74. A idéia de que a alma pode pré-existir sem ter tido uma incorporação anterior é antiga no pensamento ocidental, 75 e ainda está por aí. Em seu livro Life before Life , o escritor mórmon Richard Eyre diz que as memórias pré-natais nos dizem que 'nossos espíritos viveram muito antes de herdarem nossos corpos - não em outras pessoas, mas em outro lugar, em um reino pré-mortal onde cada um de nós se desenvolveu. tornou-se quem somos e de onde previmos esta vida física como uma fase contínua de nossa experiência e nosso progresso espiritual ” 76. No entanto, como observa Matlock, os relatos atualmente disponíveis de memórias pré-natais muitas vezes carecem de detalhes. O argumento da pré-existência sem encarnação anterior seria mais forte se houvesse boas lembranças de todos, exceto do primeiro estágio da experiência de intermissão. Do jeito que as coisas estão, é provavelmente melhor considerar as lembranças pré-natais não como uma categoria distinta das memórias de intermissão, mas como casos em que apenas as partes posteriores da experiência inter-vida são lembradas 77.

Experiências de Intermissão vs Experiências de Quase Morte

Há uma diferença óbvia entre experiências de quase morte (EQMs) e experiências de intermissão: as pessoas que passaram por uma EQM retornam ao mesmo corpo no final, enquanto aquelas que lembram da intermissão afirmam ter deixado seus corpos antigos e adotado novos. No entanto, em estrutura e conteúdo, as EQMs têm muito em comum com as experiências de intermissão. As experiências de intermissão aparentemente aumentam quando as EQMs terminam 78.

Muitas EQMs começam com uma experiência fora do corpo ou uma EFC, durante as quais o experimentador vê seu corpo, como se estivesse de fora dele. As EQMs então passam para um "estágio transcendental" que passa (em casos ocidentais, pelo menos) em um reino sobrenatural e não-material, tipicamente descrito como o céu. Durante este estágio transcendental, o experimentador pode encontrar entidades humanas e não-humanas. Algumas dessas entidades atuam como acompanhantes ou guias, e muitas vezes dizem às pessoas que passaram por uma EQM que não podem ir mais longe, mas precisam retornar ao corpo 79. Durante todos os estágios, os experimentadores podem perceber e interagir com o mundo material e as pessoas nele, e essas atividades podem ser verídicas 80.

A EFC da EQM assemelha-se grandemente à Fase 1 da experiência de intermissão, e a fase transcendental é como a Fase 2. O retorno ao corpo em EQMs, e a seleção de pais e a mudança para o útero em experiências de intermissão, são complementares, e De fato, os mesmos tipos de entidades que dizem às pessoas que passaram por uma EQM, é hora de retornar aos seus corpos, em experiências de intermissão, desenham experiências e podem mostrá-las a seus novos corpos (Katusgoro é um exemplo). As percepções do mundo material e as interações com os vivos são relatadas durante as EQMs, assim como durante as experiências de intermissão e pré-nascimento 81.

Características como passar por um túnel, ver uma luz e rever a vida - que se tornaram amplamente associadas a EQMs - também são relatadas no Estágio 1 das memórias de intermissão, embora raramente 82. Curiosamente, essas características se revelaram características principalmente das EQMs ocidentais e não fazem parte do que hoje é reconhecido como a EQM interculturalmente universal, que além da estrutura básica, inclui não mais que apreender seres espirituais e não-humanos. Reinos materiais à beira da morte. 83 Em suas qualidades essenciais, as memórias de intermissão estão, portanto, mais próximas do padrão universal da EQM do que do padrão ocidental da EQM.

Experiências de Intercurso Espontâneo vs Regressão

Relatos do período de intermissão emergentes durante a regressão de idade sob hipnose se tornaram bem conhecidos através dos livros best-sellers de Michael Newton, Journey of Souls e Destiny of Souls 84. Newton pinta um quadro detalhado do intervalo, que ele diz ter ouvido repetido em muitas regressões, mas esse quadro é muito diferente do quadro que emerge das memórias de intermissão e pré-nascimento e das EQMs 85.

Algumas das características que Newton descreve são chuveiros curativos, áreas de espera, salas de espera com grupos de aglomerados de almas e tribunais, antes dos quais os espíritos avaliam o quão bem eles alcançaram as metas que definiram para suas últimas vidas humanas e formularam planos para os próximos. A estrutura de cinco estágios da experiência de intermissão está ausente do relato de Newton. Ele descreve o encontro com guias espirituais em vez do conjunto de entidades espirituais encontradas em experiências espontâneas, e a maioria dos tipos de papéis identificados por Matlock e Giesler Petersen estão ausentes. Newton não menciona percepções do mundo material ou interações com os vivos e, de fato, não descreve nada que seja objetivamente verificável ou verídico de qualquer forma. Sua análise baseia-se inteiramente nos padrões que ele identificou durante as regressões que realizou 86.

Como as diferenças radicais no retrato do intervalo em experiências espontâneas e sob hipnose podem ser explicadas? Se as descobertas de Newton fossem típicas do que é relatado durante a regressão por outros profissionais, seria preciso imaginar se a hipnose está tocando um nível mais profundo da realidade psicológica do que as pessoas conseguem lembrar espontaneamente. No entanto, outros praticantes não encontraram as mesmas coisas 87. Matlock acredita que a resposta está na natureza sugestiva do estado hipnótico. Pessoas sob hipnose, muitas vezes, produzem o que o hipnotizador espera. A hipnose não é um bom estimulador da memória, e é por isso que o testemunho baseado em memórias recuperadas hipnoticamente não é permitido nos tribunais. Há outras coisas sobre o material de regressão que também devem levantar suspeitas. Por exemplo, sujeitos regredidos não descrevem vínculos psíquicos ou geográficos entre vidas, que explicariam por que uma vida segue outra com quem e onde ela ocorre 88.  

Como podemos explicar as memórias de intervalo?

Como é possível alguém recordar seu nascimento, muito menos o tempo gasto no ventre e, antes disso, sua existência como desencarnado e vidas anteriores? Se memórias são formadas e armazenadas no cérebro, como muitos psicólogos e outros cientistas assumem, memórias verídicas desse tipo não deveriam ocorrer, e ainda assim um bom número delas foi relatado. A resposta óbvia é que as memórias não são armazenadas no cérebro. De fato, décadas de pesquisa não encontraram traços de memória no cérebro. Os pesquisadores vêem partes do cérebro se tornarem ativas quando as memórias são recuperadas, mas isso não prova que elas estão armazenadas lá - a atividade cerebral pode estar relacionada à recuperação de memórias de algum outro lugar 89. Na visão de Matlock, esse outro lugar é a parte subconsciente da mente 90. Matlock adere ao modelo de "transmissão" das relações cérebro / mente, segundo o qual a mente ou a consciência existe independentemente do cérebro, mas interage com o cérebro durante a vida 91. Se ele estiver certo, as memórias podem ser formadas e armazenadas no subconsciente mesmo quando a mente não está associada a um corpo. Elas não seriam dependentes do cérebro, embora porque o cérebro controla tudo a ver com o corpo, o cérebro seria ativado quando as memórias são recuperadas do subconsciente são recuperadas durante a vida incorporada.

James G Matlock

BIBLIOGRAFIA

Bowman, C. (2001). Return from Heaven: Beloved Relatives Reincarnated within your Family. New York: HarperCollins.

Braude, S. E. (2006). Memory without a trace. European Journal of Parapsychology, 21, 182–202.

Carman, E. M., & Carman, N. J. (2013). Cosmic Cradle: Spiritual Dimensions of Life before Birth (Rev. ed). Berkeley, CA: North Atlantic Books.

Eyre, R. (2000). Life before life: Origins of the soul . . .Knowing Where you Came From and who you Really Are. Salt Lake City, UT: Deseret Book Company.

estudando espiritismo