Trazida
ao conhecimento da Humanidade encarnada, pelos Espíritos Superiores e
codificada por Allan Kardec, na metade do século XIX, a Doutrina Espírita ou
Espiritismo (termo criado por próprio Allan Kardec) se apoia em alguns
princípios básicos que dão ao espírita uma fé fortalecida na razão que
compreende aquilo que crê.
1 - A
existência de Deus é o primeiro princípio básico do Espiritismo. O Criador
surge como a Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas (conforme
resposta da 1ª. questão de O Livro dos Espíritos) e como nosso Pai Celestial
(segundo o Mestre amado Jesus).
2 - A
existência e sobrevivência do Espírito à morte do corpo físico – ou seja: a
morte não existe, o que é comprovado pelas manifestações mediúnicas;
experiências de quase-morte, sonhos e projeções espirituais e lembranças de
vidas anteriores;
3 - A
pluralidade das existências - A reencarnação - é o retorno do espírito à vida
material em um novo corpo, ligado definitivamente a este, desde o momento da
concepção:
É prova
da Justiça de Deus que possibilita a oportunidade de reparação àquele que se
arrepende, independente do tempo que isso leve;
Possibilita
o melhoramento progressivo: Lei do Progresso (uma das Leis Divinas ou Leis
Naturais). Quanto maior o progresso (evolução espiritual) maior a liberdade e,
consequentemente, maior a responsabilidade;
Livre
arbítrio–Lei de Causa e Efeito– Nós construímos nossa evolução a partir das
boas escolhas que fazemos;
Revela o
Planejamento Reencarnatório, feito no plano espiritual, nosso mundo de origem
(antes de reencarnarmos) e destino (após a morte do corpo físico). Ele é
realizado antes da nossa reencarnação.
4 -
Comunicabilidade entre o plano físico e o plano espiritual
Faz-se
pela mediunidade: o médium é um intermediário entre os dois planos da vida - material
e espiritual;
Todos
somos médiuns – independe de crença, seja ostensivamente, seja de uma forma
sutil, pela intuição.
5 -
Pluralidade dos mundos habitados:
A matéria
existe em variados graus, desde a mais densa até a menos densa;
Revela
uma classificação dos mundos em que a Terra ocupa o segundo degrau na evolução,
como Mundo de Provas e Expiações, destinada a espíritos ainda imaturos no bom
uso do seu livre arbítrio;
O
espírita é aquele que encontra no Espiritismo respostas às suas questões
existenciais, entendimento sobre a nossa posição dentro do contexto da Vida
Maior; que se sabe imortal em mais uma experiência transitória na carne, com o
objetivo de trabalhar o seu crescimento moral, buscando ser hoje melhor do que
ontem e amanhã melhor do que hoje. Busca aliar a vigilância à oração, para não
se perder ou desviar na jornada das lutas redentoras da vida; sabe que o
orgulho e o egoísmo são nossos maiores inimigos e que, definitivamente, “fora
da Caridade não há salvação”.
Sendo a
Caridade, o Amor em ação, temos que a máxima que servirá ao espírita como
estrela-guia será sempre a de que nos cabe: “Amar a Deus sobre todas as coisas
e ao próximo como a nós mesmos.”-Jesus
Mas, como
sabemos que ainda estamos longe da perfeição, Kardec nos oferece como definição
do verdadeiro espírita aquele que busca transformar-se moralmente,
esforçando-se em conter as suas más tendências.
Vivendo o
desafio dos dias difíceis que todos estamos atravessando, nesse momento de
transição para a nova Era de Regeneração da Humanidade, assumimos um
compromisso com a fraternidade, em que quer que ela nos surja como
oportunidade.
Destacamos
como uma bela oportunidade a experiência de compartilhar com irmãos de variadas
crenças religiosas a luta contra a intolerância religiosa, através das ações
desenvolvidas pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) tendo,
inclusive, a alegria de receber todos os amigos da CCIR na sede do Conselho
Espírita do Estado do Rio de Janeiro (CEERJ), no último dia 30 de março, quando
do lançamento do DVD da 3ª. Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa,
ocorrida na Orla de Copacabana, em setembro de 2010.
Sobre
esse tema tão importante, destacamos os esclarecimentos da Doutrina Espírita
sobre algumas questões:
Em O
Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: (questão 839) “É repreensível
escandalizar na sua crença aquele que não pensa como nós?” Resposta dos
Espíritos Superiores: “É falta de caridade e ofende a liberdade de pensamento.”
E, na questão 842, uma importante conclusão: “(...)toda doutrina que semear a
desunião e estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus só pode ser falsa
e nociva.”
A única
marca que deve haver entre nós é a da fraternidade, do amor que une verdadeiros
irmãos que somos.
.
*Cristina
Brito
Diretora
da Área de Relações Externas / CEERJ – Conselho Espírita do Estado do Rio de
Janeiro
Editado
por Ricardo Rubim.
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