Estudando a resignação
De fato, há que se estudar a resignação para que a paciência
não a venha trazer resultados contraproducentes.
Um lavrador suportará corajosamente aguaceiro e granizo na
plantação, mas não se acomodará com gafanhoto e tiririca.
Habitualmente, falamos em tolerância como quem procura
esconderijo à própria ociosidade. Se nos refestelamos em conforto e vantagens
imediatas, no império da materialidade passageira, que nos importam desconforto
e desvantagens para os outros?
Esquecemo-nos de que o incêndio vizinho é ameaça de fogo em
nossa casa e, de imprevisto, irrompem chamas junto de nós, comprometendo-nos a
segurança e fulminando-nos a ilusória tranqüilidade.
Todos necessitamos ajustar resignação no lugar certo.
Se a Lei nos apresenta um desastre inevitável, não é justo
nos desmantelemos em gritaria e inconformação. É preciso decisão para tomar os
remanescentes e reentretecê-los para o bem, no tear da vida.
Se as circunstâncias revelam a incursão do tifo, não é
compreensível cruzar os braços e deixar campo livre aos bacilos.
Sempre aconselhável a revisão de nossas atitudes no setor da
conformidade.
Como reagimos diante do sofrimento e do mal?
Se aceitamos penúria, detestando trabalho, nossa pobreza
resulta de compulsório merecimento.
Civilização significa trabalho contínuo contra a barbárie.
Higiene expressa atividade infinitamente repetida contra a
imundície.
Nos domínios da alma, todas as conquistas do ser, no rumo da
sublimação, pedem harmonia com ação persistente para que se preservem.
Paz pronta ao alarme. Construção do bem com dispositivo de
segurança.
Serenidade é constância operosa; esperança é ideal com
serviço.
Ninguém cultive resignação diante do mal declarado e
removível, sob pena de agravá-lo e sofrer-lhe clava mortífera.
Estudemos resignação em Jesus - Cristo. A cruz do Mestre não
é um símbolo de apassivamento à frente da astúcia e da crueldade e sim mensagem
de resistência contra a mentira e a criminalidade mascaradas de religião, num
protesto firme que perdura até hoje.
Texto extraído do livro "Estude e Viva" - Emmanuel
e André Luiz
Psicografado por Francisco C. Xavier e Waldo Vieira
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