Cremos que este seja um dos assuntos
mais delicados da vida humana e não pode ou não deve ser tratado com displicência.
Vemos, no cotidiano, casais inúmeros
que não se compatibilizam com o compromisso assumido com 'aquela' pessoa eleita
para compor o lar, a família, e repartir a alegria, a felicidade e os eventuais
imprevistos que o porvir reserva a todos.
Vemos, isso sim, casais desesperados
que se arrependem do ato matrimonial, já no primeiro dia do casamento.
Outros, ao longo do tempo, enxergam
outra estrada, que não aquela em que se encontram, a lhes oferecer melhor
chance de bem-estar. Outros, ainda, simplesmente recuam frente ao que acreditam
ser um grande desafio e retornam à origem, não ligando muita importância ao
resultado dessa união: os filhos.
• Se considerarmos nossa extensa
existência, através de vidas sucessivas, vamos compreender certas uniões
consideradas como 'provacionais', em que duas almas se reencontram em processo
de reajustamento, necessário ao crescimento espiritual. Estes, são os
casamentos mais frequentes.
Fica evidente que não há, aqui,
qualquer conotação de obrigatoriedade no tocante à necessidade de que este se
concretize perante as autoridades religiosas ou mesmo em cumprimento à
legislação civil, tão somente para estabelecer as regras de direito e sucessão,
nas questões de valores e responsabilidades.
O que interessa, em qualquer caso, é
o compromisso afim, a responsabilidade que ambos assumem, perante o Criador.
O médium Francisco Cândido Xavier nos
presenteia com a mensagem 'Vida Conjugal', enviada por Emmanuel e que faz parte
do livro Vinha de Luz:
"As tragédias da vida conjugal
costumam povoar a senda comum. Explicando o desequilíbrio, invoca-se a
incompatibilidade dos temperamentos, os desencantos da vida íntima ou as
excessivas aflições domésticas.
O marido disputa companhias novas ou
entretenimentos prejudiciais, ao passo que, em muitos casos, abre-se a mente
feminina ao império das tentações, entrando em falso rumo.
Semelhante situação, porém, será
sempre estranhável nos lares formados sobre escolas da fé, nos círculos do
Cristianismo.
Os cônjuges, com o Cristo, acolhem,
acima de tudo, as doces exortações da fraternidade.
É possível que os sonhos, muitas
vezes, se desfaçam ao toque de provas salvadoras, dentro dos ninhos afetivos,
construídos na árvore da fantasia. Muitos homens e mulheres exigem, por tempo
vasto, flores celestes sobre espinhos terrenos, reclamando dos outros, atitudes
e diretrizes que eles são, por enquanto, incapazes de adotar e o matrimônio se
lhes converte em instituição detestável.
O cristão, contudo, não pode ignorar
a transitoriedade das experiências humanas. Com Jesus, é impossível destruíres
divinos fundamentos da amizade real. Busque-se o lado útil e santo da tarefa e
que a esperança seja a lâmpada acesa no caminho...
Tua esposa mantém-se em nível
inferior à tua expectativa? Lembra-te de que ela é mãe dos teus filhinhos e
serva de tuas necessidades. Teu esposo é ignorante e cruel? Não olvides que ele
é o companheiro que Deus te concedeu..."
Carlos Pompéia - Jornal Espírita - julho/05
Fonte_ A casa do Espiritismo
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