quarta-feira, 6 de novembro de 2024

A vida futura. [ Evangelho Segundo o Espiritismo].

 

O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para apreender a verdade.

Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os fatos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura é tão circunstancialmente feita, são tão racionais as condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.
A vida futura. [ Evangelho Segundo o Espiritismo].


 


Personalidade, Caráter e Obsessão

 




Personalidade, Caráter e Obsessão

As duas primeiras palavras podem estar relacionadas ao processo obsessivo, sobretudo na manifestação de casos mais graves (fascinação e subjugação), assim como adoção de medidas de prevenção e cura da obsessão. Ainda que o conhecimento da obsessão provocada por Espíritos desencarnados seja amplamente assinalado na literatura espírita, há escassos estudos científicos a respeito o assunto, condição favorece a disseminação dessa enfermidade de natureza espiritual. Entretanto, é válido conhecermos alguns conceitos não espíritas, a fim de que possamos refletir melhor a respeito do assunto:
  • Personalidade. Segundo a Medicina, é a “organização exclusiva de traços, características e modos de comportamento de um indivíduo que o posiciona diferentemente de outros indivíduos. […] Personalidade refere-se aos aspectos mentais de um indivíduo, em contraste com o físico.” (1) A Psicologia amplia o conceito quando afirma que um indivíduo é sempre distinto do outro porque apresenta diferentes aspectos físicos, psíquicos, sociais e culturais que lhe caracterizam os próprios pensamentos e comportamentos. (2)
Espírita ensina que a nossa personalidade atual resulta do somatório das experiências reencarnatórias passadas — de onde herdamos tendências instintivas, boas ou más; da educação recebida na atual existência e do grau de influência exercido pelo meio sociocultural, no qual estamos inserido. Esclarece também que, pelo livre arbítrio e pelo esforço da vontade, podemos nos transformar em pessoas melhores, em conhecimento e em moralidade. Neste sentido, a psicologia transpessoal, à luz do entendimento espírita, que é a difundida pelo Espírito Joanna de Ângelis, genericamente conhecida como psicologia espiritual, tem como proposta básica resgatar não só a ideia de que o Espírito é um ser imortal, pré-existente e sobrevivente à morte do corpo físico, mas criado por Deus para ser feliz. Sendo assim, esclarece a veneranda benfeitora, o Espírito precisa aprender a fazer cessar o sofrimento que impôs a si mesmo, em razão das más escolhas realizadas ao longo da jornada evolutiva. Esse entendimento é o primeiro passo, na sequência de outros: “[…] torna-se imprescindível a aquisição de uma consciência responsável […]. A educação do pensamento, a disciplina dos hábitos e a segurança de metas são recursos hábeis para o logro, sem as quais todas as terapias e técnicas se tornam paliativas, sem resultarem solucionadoras.” (3)
  • Caráter. Refere-se a aspectos ou habilidades presentes na personalidade, passiveis de serem transmitidos pela linguagem (falada e/ou escrita) e pelas ações de uma pessoa. (4) Tais aspectos e características nem sempre se revelam edificantes, pois resultam de longo e dedicado esforço humano. Equivocadamente utilizado como sinônimo de personalidade, o caráter fornece, na verdade, as pistas de como, efetivamente, é a natureza do indivíduo e o que ele precisa fazer vir a adquirir um bom caráter. Os especialistas e estudiosos consideram como pistas ou sinais reveladores da natureza do caráter humano: “[…] impulsos, afetos, ideias, defesas, aptidões e talentos, comportamento social e reações […].” (5)
Importa considerar, porém, que nem sempre é fácil identificar o verdadeiro caráter de uma pessoa. Por exemplo, os indivíduos interesseiros, egocêntricos e vaidosos, que pensam mais em si do que no próximo, ou os que têm sede por posições de destaque, de poder ou prestígio, conseguem habilmente disfarçar pontos negativos do próprio caráter, mesmo que, cedo ou tarde, venham a ser desmascarados. Como ilustração, inserimos em seguida uma história que foi transmitida pelo filósofo iluminista francês François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire (1694-1778), após ele ter analisado aspectos, positivos e negativos, do caráter humano de um papa inquisidor:
Sixto V [papa e inquisidor, que viveu entre 1521-1590] nascera petulante, obstinado, soberbo, impetuoso, vingativo, arrogante. As provas do noviciado parecem ter-lhe adoçado o caráter. Mal começa a desfrutar de certo crédito em sua Ordem, lança-se contra um guardião e o cobre de socos; inquisidor em Veneza, exerce o cargo com insolência; uma vez cardeal, é possuído della rabbia papale (da ira papal); essa raiva domina seu temperamento; sepulta na obscuridade sua pessoa e seu caráter; ele se mascara de humilde e moribundo; é eleito papa: esse momento restitui à mola, que a política havia comprimido, toda a sua elasticidade por longo tempo retesada, é o mais arrogante e despótico dos soberanos. (6)
Ao final, Voltaire conclui: “A religião, a moral põem um freio à força do temperamento, mas não podem destruí-lo. O beberrão, enclausurado num convento, reduzido a beber meio copo de sidra em cada refeição não vai mais se embriagar, mas sempre vai gostar de vinho.” (6)
O Espiritismo nos mostra, ao contrário do que pensava o ilustre filósofo, que o beberrão pode, sim, “deixar de gostar de vinho”, desde que tenha se empenhado na sua reeducação, moral e intelectual. O impulso educativo é a fórmula indicada para que Espíritos imperfeitos se transformem em pessoas de bem, fazendo jus a esta sábia orientação espírita: “O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua maior pureza. Se interroga a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não violou essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para se queixar dele, enfim, se fez aos outros tudo quanto queria que os outros lhe fizessem.” (7)
  • Obsessão. É definida pelas ciências de saúde como “estado mental neurótico de ter um desejo incontrolável de insistir numa ideia ou emoção. Habitualmente, o paciente está ciente da anormalidade e tenta opor resistência a esses pensamentos.”(😎 O estado mental neurótico indica distúrbio ou transtorno mental capaz de provocar tensão nervosa/emocional de graduações distintas, que podem, ou não, interferir na elaboração e na expressão do pensamento racional. De acordo com a visão psicanalítica, as neuroses são fruto de tentativas ineficazes de lidar com conflitos e traumas inconscientes. (9)
Por outro lado, quando Allan Kardec explica o que é obsessão ─ “[…] o domínio que alguns Espíritos exercem sobre certas pessoas. É praticada unicamente pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar, pois os Espíritos bons não impõem nenhum constrangimento. […]” (10) ─, constata-se, então, que a mera imposição de uma ideia pode provocar tensões nervosas e emocionais na pessoa, objeto da imposição. Quem se encontra sob persistente tensão nervosa/emocional, em razão do jugo obsessivo, passa a apresentar distúrbios mentais que se refletem, no devido tempo, nas atitudes e nos comportamentos. Deduz-se, portanto, que a prevenção e a cura da obsessão envolvem, necessariamente, o fortalecimento da personalidade e do caráter. Para tanto, é necessário que o obsidiado adquira esclarecimentos a respeito de como acontece a obsessão e o que fazer para neutralizar as más influências espirituais.
O conhecimento, porém, não basta por si só. A pessoa, independentemente esteja sob jugo obsessivo, precisa aprender a praticar o bem em toda a sua extensão: no pensar, no falar e no agir, que, em última análise, representam os fundamentos da verdadeira transformação moral. A questão moral revela-se, pois, como o fator de extrema relevância no aprimoramento da personalidade e do caráter, sob quaisquer circunstâncias. Ainda mais quando a obsessão se faz presente.
Neste sentido, o espírita consciente prioriza a sua renovação moral, disponibilizando aos que batem às portas da instituição espírita o socorro espiritual do Evangelho de Jesus, revivido no Espiritismo. A renovação moral foi uma contínua preocupação de Kardec, desde os seus contatos iniciais com a mensagem espírita, como lembra Emmanuel:
O apóstolo da Codificação não desconhecia o elevado mandato relativamente aos princípios que compilava, e, por isso mesmo, desde a primeira hora, preocupou-se com os impositivos morais de que a Nova Revelação se reveste, tendo salientado que as consequências do Espiritismo se resumem em melhorar o homem e, por conseguinte, torná-lo menos infeliz, pela prática da mais pura moral evangélica.
Sabemos que a retorta não sublima o caráter e que a discussão filosófica nada tem que ver com caridade e justiça […]. Espíritos desencarnados aos milhões e em todos os graus de inteligência enxameiam o mundo, requisitando, tanto quanto os encarnados, o concurso da educação. (11)
Marta Antunes Moura
Referências:
(1) THOMAS, L. Clayton. (Coordenador). Dicionário médico enciclopédico taber. Trad. de Fernando Gomes do Nascimento. 17 ed. São Paulo: Manole, 2000, p. 1351.
(2) CABRAL, Álvaro e NICK, Eva. Dicionário técnico de Psicologia. 11 ed. São Paulo: Cultrix, 2001, p. 224.
(3) FRANCO, Divaldo P. Plenitude. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 12 ed. Salvador: LEAL, 1994. Cap. 4, p.41-42.
(4) THOMAS, L. Clayton. (Coordenador). Dicionário médico enciclopédico taber. Trad. de Fernando Gomes do Nascimento. 17 ed. São Paulo: Manole, 2000, p. 263.
(5) CABRAL, Álvaro e NICK, Eva. Dicionário técnico de Psicologia. 11 ed. São Paulo: Cultrix, 2001, p.51.
(6) VOLTAIRE. Dicionário filosófco. Trad. de Ciro Mioranza e Antonio Geraldo da Silva. São Paulo: Editora Escala, 2008, p.127.
(7) KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. 4 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013, q. 918, p. 394.
(😎 THOMAS, L. Clayton. (Coordenador). Dicionário médico enciclopédico taber. Trad. de Fernando Gomes do Nascimento. 17 ed. São Paulo: Manole, 2000, p.1320.
(9) http://pt.wikipedia.org/wiki/Neurose. Acesso em 22 de fevereiro de 2014.
(10) KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013. Cap. 23, it. 237, p. 259.
(11) XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 1 ed. 5 imp. Brasília: FEB, 2013. Introdução (Com Jesus e por Jesus), p.14


O Cristo Consolador

 

O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo VI - O Cristo consolador » Instruções dos Espíritos » Advento do Espírito de Verdade

5. Venho, como outrora, entre os filhos transviados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divina. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis.”
Mas os homens ingratos se desviaram do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não estão mais no corpo, a clamar: Orai e crede! pois a morte é a ressurreição, e a vida a prova escolhida, durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.”
O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)
6. Venho instruir e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem a sua resignação ao nível de suas provas, que chorem, porquanto a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas, que esperem, pois os anjos consoladores virão também enxugar suas lágrimas.
Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, e a trama da vida se vos escapar das mãos e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis que surge em vós e germina a minha preciosa semente. Nada fica perdido no reino de nosso Pai e os vossos suores e misérias formam o tesouro que vos tornará ricos nas esferas superiores, onde a luz substitui as trevas e onde o mais desnudo dentre todos vós será talvez o mais resplandecente.
Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são bem-amados meus. Instruí-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provação humana. Assim como o vento varre a poeira, que também o sopro dos Espíritos dissipe os vossos despeitos contra os ricos do mundo, que são, não raro, muito miseráveis, porquanto se acham sujeitos a provas mais perigosas do que as vossas. Estou convosco e meu apóstolo vos instrui. Bebei na fonte viva do amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer modeleis vós mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da vossa imortalidade.
O Espírito de Verdade. (Paris, 1861.)
7. Sou o grande médico das almas e venho trazer-vos o remédio que vos há de curar. Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá-los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais sobrecarregados, e sereis aliviados e consolados. Não busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é impotente para dá-las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio do Espiritismo. Escutai-o. Extirpados sejam de vossas almas doloridas a impiedade, a mentira, o erro, a incredulidade. São monstros que sugam o vosso mais puro sangue e que vos abrem chagas quase sempre mortais. Que, no futuro, humildes e submissos ao Criador, pratiqueis a sua lei divina. Amai e orai; sede dóceis aos Espíritos do Senhor; invocai-o do fundo de vossos corações. Ele, então, vos enviará o seu Filho bem-amado, para vos instruir e dizer estas boas palavras: Eis-me aqui; venho até vós, porque me chamastes.
O Espírito de Verdade. (Bordeaux, 1861.)
8. Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. O devotamento e a abnegação são uma prece contínua, e encerram um ensinamento profundo; a sabedoria humana reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõem. O sentimento do dever cumprido vos dará o repouso do espírito e a resignação. O coração bate melhor, a alma se acalma e o corpo não mais desfalece, pois o corpo tanto mais sofre quanto mais profundamente é atingido o espírito.
O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.)


A saudade

 

A Saudade que Aproxima

Quando a ausência física de alguém que amamos parece pesar demais, é preciso compreender que a morte é apenas uma cortina transitória entre dois planos da vida. Como nos ensina a Doutrina Espírita, nossos entes queridos não habitam túmulos - eles seguem vivos, ativos e amorosos no plano espiritual.
No Dia de Finados, essa sintonia de pensamentos e saudade cria uma ponte vibracional poderosa. Os Espíritos, sensíveis ao nosso amor, aproximam-se para nos envolver em suas energias de paz e consolo. Como nos revela André Luiz em "Nosso Lar", eles trabalham incansavelmente por nossa evolução e bem-estar.
A prece sincera é a mais bela homenagem que podemos oferecer. Ela transcende rituais e atravessa dimensões, levando nosso amor aos que nos precederam na grande viagem. Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Kardec nos recorda que a verdadeira separação seria o esquecimento - e este, o amor verdadeiro não permite.
Transforme sua saudade em certeza do reencontro. Eles seguem caminhando conosco, aguardando o momento sublime em que, novamente, nossos espíritos se abraçarão na eternidade.
Eleve sue crescimento espiritual, siga 👉 @espalhandoadoutrinaespirita


Os espiritos do mar

 

CHICO XAVIER E OS ESPÍRITOS DO MAR

Numa noite tranquila, Chico Xavier, ao lado de sua amiga Suzana, decidiu fazer algo diferente.
Eles estavam conversando, e ele expressou o desejo de conhecer a famosa praia de Copacabana.
“Vamos caminhar no calçadão”, ele sugeriu, com aquele brilho no olhar de quem ansiava por algo especial.
Suzana concordou, e os dois partiram de táxi em direção à Avenida Atlântica.
Era quase 10 da noite, e o ar fresco do mar enchia o ambiente com uma calma peculiar.
Assim que chegaram e começaram a caminhar pelo calçadão, Chico fixou o olhar no mar, sendo tomado por uma emoção profunda.
Com os olhos marejados, ele confidenciou a Suzana: “Você não sabe o que estou vendo…”. Suzana, curiosa e respeitosa, apenas aguardou.
“Estou vendo os espíritos do mar”, ele continuou, descrevendo seres não humanos, mas emanando uma presença espiritual suave e acolhedora.
“Eles estão na arrebentação das ondas, olhando para nós com ternura, mas poucas pessoas aqui parecem perceber a presença deles.”
Enquanto caminhavam, observaram uma mulher que, mais adiante, se aproximou da areia.
Calmamente, ela cavou um pequeno buraco e acendeu uma vela, parecendo realizar um ritual de oferenda. Ao fazer sua oração e agradecimento, a mulher se despediu, deixando sua oferenda acesa.
Após a sua partida, Chico e Suzana testemunharam algo extraordinário. Ele viu os espíritos do mar se aproximarem da vela, como se estivessem “carregando” sua luz para o oceano.
Era uma dança espiritual, onde os seres do mar absorviam aquela oferenda, levando consigo a intenção e os desejos da mulher, como um elo entre o humano e o divino.
Chico ficou emocionado. Aqueles espíritos transmitiam bênçãos e energias de cura à mulher que fizera o pedido, em uma resposta silenciosa e amorosa.
Ele compartilhou com Suzana que essa experiência era única.
Embora ele já tivesse presenciado fenômenos espirituais semelhantes em chácaras e fazendas do interior, nunca havia visto algo assim na praia.
Mais tarde, enquanto olhava novamente para o mar, Chico avistou um homem em oração, com os olhos fixos nas ondas.
De repente, uma caravana de espíritos surgiu no horizonte, caminhando sobre as águas e se dirigindo ao homem em silêncio reverente.
Os espíritos circundaram-no, como se estivessem colhendo seus pensamentos e preces, para então, lentamente, retornarem ao oceano, como uma brisa suave.
Chico, absorvido pela grandiosidade daquele momento, refletiu com Suzana sobre a simplicidade e a profundidade de observar a natureza sem pressa, apenas permitindo-se estar.
Ele percebeu que, na serenidade do mar e na liberdade de ser apenas ele, sem rótulos ou expectativas, sua percepção espiritual se expandiu.
Naquela noite, ele encontrou mais do que espíritos do mar: encontrou a beleza de uma comunhão pura com o universo.
(Casos de Chico Xavier; adaptação Hugo Lapa)