FLUIDOS
ESPIRITUAIS
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No
século XIX, época de Kardec, o termo fluido era utilizado
pela ciência para designar os materiais capazes de penetrar pelos vazios da
matéria e se escoar. Assim eram considerados fluidos: a eletricidade, a luz,
o calor, além dos gases e líquidos em geral (ar, água etc.)
Kardec utilizou-se do termo fluido,
adjetivando-o algumas vezes, por exemplo, quando se refere ao fluido magnético,
utilizado pelos magnetizadores ou fluido elétrico quando há a interferência da
eletricidade. Hoje a Física designa apenas as substâncias líquidas ou
gasosas como fluidos.
“Não
é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em
definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada. De realmente
espiritual só a alma ou princípio inteligente. Dá-se-lhes esta denominação por
comparação apenas e, sobretudo em razão da afinidade que eles guardam com os
Espíritos. Pode dizer-se que são matéria do mundo espiritual, razão por que são
chamados de fluidos espirituais.” (Kardec - Gênese.
Cap.XIV.5)
Costuma-se,
portanto, agrupar sob a expressão Fluidos espirituais os componentes do mundo
espiritual e as energias emitidas pelos espíritos encarnados ou desencarnados.
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IDENTIFICAÇÃO
DOS FLUIDOS ESPIRITUAIS
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“O
pensamento que nos é exclusivo flui constantemente do nosso campo cerebral”...
e podemos diferenciar o pensamento que nos é próprio daquele que nos é sugerido
“desde que saibamos manejar a atenção para percebermos que o nosso
pensamento vibra em certo grau de frequência a concretizar-se em uma maneira
peculiar de expressão (...). Basta no entanto nos afeiçoarmos aos exercícios de
meditação, ao estudo edificante e ao hábito de discernir para compreender onde
nos situa a faixa de pensamento, identificando com nitidez as correntes
espirituais que passamos a assimilar” (André Luiz - Nos domínios da
mediunidade, cap. 5)
Como
identificamos alguma coisa?
Antes
de tudo é preciso ter um referencial para poder fazer uma identificação. Como
posso identificar se o que eu vejo é um elefante ou uma girafa se eu não tiver
um referencial do que são estes animais. Na identificação de fluídos qual
é o nosso referencial? Como sabemos se um tipo de energia nos faz bem ou nos traz
uma sensação desagradável?
Nosso
referencial são as nossas próprias sensações, as emoções a que estamos
acostumados a alimentar, o padrão de nossos pensamentos.
Perguntamos
então: Como identificar os fluídos que nos envolvem em um trabalho
mediúnico?
Podemos
responder: Conhecendo primeiramente a nós mesmos.
Mas
como fazer este autoconhecimento?
De
uma forma geral nós sabemos qual é o nosso padrão habitual tanto em termos de
sensações, como de sentimentos e de pensamentos, mas quando após um relaxamento
nossa consciência se amplia, coisas diferentes passam pela nossa cabeça e
começamos a nos perguntar: “Isso é meu?”
Daí
a necessidade do autoconhecimento para que esta identificação possa se fazer de
uma forma mais fácil.
Isto
quer dizer atenção a si mesmo nos vários momentos da vida. Reconhecimento das
virtudes já conquistadas e das dificuldades pessoais a serem vencidas sem medo
e sem orgulho.
Muitas
vezes reconhecemos nos outros aquelas que são as nossas próprias dificuldades,
por isso dizemos “RE”conhecemos, porque nós identificamos nos outros aquilo que
de alguma forma também já percebemos em nós mesmos, em algum momento.
Como
sabemos, estamos envolvidos por todos os padrões de energia e caberá a nós o
estabelecimento com qual energia queremos sintonizar. No nosso dia-a-dia isto
pode estar no nosso controle, mas quando adentramos ao campo mediúnico este
“controle” está nas mãos dos orientadores do trabalho mediúnico que nos
ajudarão a estabelecer a ponte entre o espírito que deverá ser atendido e o
médium.
Assim
quando começamos a entrar em contato com energias que naquele momento estão
muito diferentes da que nós estamos sentindo podemos SABER que
estamos entrando em conexão com energias que não são nossas.
O
que fazer?
Neste
momento podemos então aumentar a nossa capacidade de percepção tentando
adentrar naquele mundo de emoções e pensamentos que surgem. A confiança no
grupo, em si mesmo e na cobertura espiritual são fatores fundamentais para o
sucesso da conexão com o espírito que se comunica e seu posterior atendimento.
André
Luiz adverte:
“A dúvida congela”.
Se
isto é uma verdade na vida pessoal e material, pois quando duvidamos não
conseguimos tomar decisões; na mediunidade, um campo tão sutil e de nuances tão
variadas, a dúvida impede que a conexão se estabeleça.
No
capítulo 12 do livro Nos Domínios da Mediunidade, André
Luiz analisando três médiuns demonstra claramente como a
receptividade por parte do médium pode determinar a qualidade do processo
mediúnico. Uma das médiuns “Eugênia registra as palavras do orientador
espiritual com precisão, Celina intuitivamente e Castro não as recolhe nem de
leve” isto porque a mente de Castro estava presa em objetivos pessoais e a
mente da outras médiuns não.
É
ainda André Luiz que nos alerta nos informando que a “corrente
de partículas mentais se exterioriza de cada Espírito com qualidade e indução
mental, será tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciem as faculdades de
concentração e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande”.
Mais
uma vez vemos a necessidade do treino da concentração através da meditação e da
persistência dos objetivos do trabalho (manutenção vibratória) como forças
fundamentais no processo mediúnico. Se há alguma resistência há também uma
dissipação de energia mental que deveria estar na base para sustentar a ligação
com o Espírito comunicante.
Se
um equilíbrio se estabelece entre o médium e o espírito, surgindo após alguma
alteração o médium poderá recorrer às suas forças pessoais para restabelecer a
comunicação nos níveis desejáveis impedindo a variação.
Uma
vez estabelecida a conexão desejável há um armazenamento de recursos
espirituais na ligação entre o médium e o espírito – sintonia psíquica.
O médium então expressará de acordo com sua capacidade mental e interpretativa
as idéias e sensações que lhe são sugeridas.
Podemos
dizer que um trabalho mediúnico começa muito antes do que o próprio momento da
reunião, seja com a preparação constante do médium, a observação sobre si
mesmo, suas reações, suas aspirações, sua educação mental; seja com a
preparação que os espíritos orientadores efetivam. Ele se desenvolve
adequadamente quando todos os participantes imbuídos de suas responsabilidades
mantêm-se atentos aos objetivos propostos, evitando dispersar o pensamento, e
atinge seus objetivos quando trouxe experiência positiva para todos os que
participaram, tanto para os encarnados como desencarnados.
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Sugestões
bibliográficas
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AMEM, DANIEL. Transforme seu cérebro, transforme sua vida. Sextante 2.ed. 2002.
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DENIS, LEON. No invisível. FEB. 8.ed. 1977.
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GUIMARÃES, HERNANI. Espírito, Perispírito e Alma. Ed. Pensamento
1.ed. 1984.
.:: KARDEC, ALLAN. A Gênese. FEB- 19ed. 1977.
.:: MAEDA. Meditação como terapia. Masdra
Editora Ltda. 1ed. 2001.
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OSHO. Aprendendo a silenciar a mente. Sextante. 2.ed. 2002.
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GERBER, RICHARD. Medicina Vibracional. Cultrix. 12ed. 1999.
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SADU,MOUNI. Concentração. Editora Pensamento. 9ed. 1993.
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XAVIER, FRANCISCO C. Mecanismos da mediunidade. André Luiz. FEB. 4.ed. 1973.
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XAVIER, FRANCISCO C. Nos domínios da mediunidade. André Luiz. FEB.7.ed. 1972.
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